segunda-feira, dezembro 28

A [v]ida de todos os [d]ias

+p
 
E no fim de tudo... o que nos leva a escrever? 
O que nos faz querer o que vai cá dentro em palavras ter?
Porque esta incessante vontade? 
Será real? Será capricho? Será necessidade?

Ou uma mera perspectiva de tudo o que gira à nossa volta? 
Será que tudo acontece quando a rede de sentimentos se solta?

Nem sempre temos a capacidade de deixar 'tudo' acontecer...
Mas que outro sentido terá a vida, se não deixar a vida correr?

E as palavras correm soltas, num pensamento que vem de dentro 
Que no fundo fazem sentir diferente cada momento.

Porque o momento do 'agora' daqui a pouco já não é 'nada' 
Porque se neste instante sorrio, daqui a pouco posso estar desesperada.
Quem nos garante que as coisas não mudam?
Que nos diz que a felicidade é tudo e ao mesmo tempo um pedaço de nada?

E não será a felicidade um misto de tudo e nada ao mesmo tempo?
Até porque a felicidade deve sempre ser sentida no momento...

Como escolhemos então o melhor momento da nossa vida?
Ela dá-nos a amizade, o amor... tantas coisas para serem sentidas!
Cada uma para ser saboreada instante a instante...
Todas elas únicas, especiais... importantes.

... porque a vida pode até ser apenas um dia
e saber à anos, se for vivida como nós a vivemos!
... porque no nosso mundo, em tudo o que temos,
somos nós. E em nós somos plenos.



do diário' Poeta & Poetisa

sexta-feira, dezembro 25

O [na]tal.






Quero o meu natal de volta, dizia eu há alguns dias atrás. Disse-o até hoje. [E ainda hoje o digo]




O meu natal era aquele natal de felicidade pura, onde dávamos o melhor de nós, sem esperar receber. Onde o que se dava eram mais que presentes. Cada presente dado era pensado ao pormenor. Era um natal mágico. Não havia consumismo... havia alegria e simplicidade. Havia o desejo de ver um sorriso de surpresa, uma lágrima no canto do olho... a felicidade.

Mesmo que só por instantes...

Mas esse natal fugiu. Foi fugindo aos poucos... Para mim, o natal tornou-se consumista. Em que se enfeitam as casas e se faz uma árvore só para mostrar e não com o verdadeiro espírito que a época espera.
Perdeu-se a magia de ir numa carrinha, ao frio, ao pinhal mais próximo só para buscar musgo para fazer o presépio em casa da avó. Presépio sempre grande, feito sempre a mais que duas mãos. Feito ao som de risos e gargalhadas. Era a alegria no seu estado mais puro. Em que, na árvore, cada enfeite era um desejo. Cada estrela, um membro da família. [Onde estão essas estrelas?]
O natal perdeu-se.
E, com ele, a vontade de o viver.
Tão simples quanto isso! [Simples?]
Acho que preferia voltar a infância e acreditar que o pai natal existia e que viria trazer os presentes e mudar o mundo.
O pai natal de antes castigava. Se nos portávamos mal, as prendas não vinham. Para elas virem tínhamos de as merecer.
Agora, já ninguém acredita no pai natal e as prendas aparecem sempre.
Por isso deixei de as dar.
Este ano não dei prendas a ninguém. Quando as dava, fazia-as eu. Contudo, havia sempre as outra, dadas por 'alguéns', compradas numa qualquer loja, que se tornavam mais especiais e com mais valor. E eu sempre fui ensinada a acreditar que as coisas feitas por nós tem mais valor... tornam-se diferentes. [Fui ensinada a acreditar em tanta coisa...]
Deixei de as fazer. Comecei a comprar. Eram as poupanças de um ano investidas em meia dúzia de meios sorrisos. Mas o sentido não era o mesmo. E o natal deixou de ser natal.
E este ano não dei.
Recebi muito (mais do que devia e merecia até), mas não dei. Não dei presentes. Dei o presente, o agora... e, nele, um sorriso.

Talvez um dia, quando volte a ser natal, eu volte a dar alguma coisa. Por agora, é o que tenho.
Lá fora [cá dentro?] chove... e para mim não é natal.






[24.12.09
04h31]

quarta-feira, dezembro 23





“Quem sou eu e como acabará esta história?”










Nicholas Sparks
O Diário da Nossa paixão

quinta-feira, dezembro 10

In[só]nias


O sono não vem. O desespero aumenta. As voltas na cama fazem-me calor. Já estou a transpirar. E irritada. O mau humor acumula-se. Condensa-se.
O tic-tac do relógio indica a passagem do tempo. Mas o tempo não passa! Congela-se nos minutos sempre iguais.
A porta abre-se.
Reclamam por a luz ainda estar acesa, por eu ainda estar acordada. Apago a luz. Prometo ir dormir.
A porta fecha-se.
E eu, atenta a cada som, espero que o silêncio volte novamente para [re]acender a luz.
O sono não vem.
Não consigo dormir. Talvez não queira dormir também.
Pego num livro mas, ao fim de algumas linhas canso-me e apetece-me atirá-lo pela janela.
Está calor. Tenho sede. E estes malditos mosquitos insistem em deixar-me sem sangue, quais vampiros!
O sono não vem.
E eu também não sei ir ter com ele. Esqueci o caminho no mesmo dia em que o sono me começou a trazer sonhos.
O son[h]o não vem. [E eu [não] quero que venha!]
Não quero sono que se perca passado uma hora, testa suada e coração a mil.
Quero uma viagem calma, um son[h]o despreocupado.
O sono não vem.
Ou talvez esteja já a chegar...
Vamos lá ver que son[h]os o sonho me traz!

quarta-feira, dezembro 9

[sou] criança .


" " Diz o mestre:
Se você tiver que chorar, chore como as crianças.
Você foi criança um dia e uma das primeiras coisas que aprendeu a fazer na vida foi chorar; porque faz parte da vida. Nunca se esqueça de que você é livre e que demonstrar emoções não é uma vergonha. Grite, soluce alto, faça barulho, se tiver vontade - porque é assim que choram as crianças e elas sabem qual é a maneira mais rápida de sossegar os seus corações.
Você já reparou como as crianças param subitamente de chorar? Alguma coisa as distrai, algo lhes chama a atenção para uma nova aventura.
As crianças param de chorar muito depressa. Assim será também consigo - mas apenas se chorar como chora uma criança. "



Paulo Coelho - Maktub

sábado, novembro 28

[De]Lírios


A minha vida não é de[lírios e p]rosas
Contudo, hoje sonho em conjunto,
Um sonho dentro de um sonho, com outro sonho junto.
O meu sonho e o meu ser.
Sonho com um outro espaço, uma outra forma de viver.
Sonho e deliro, saindo de mim
Fujo do que fui e agarro-me ao que quero ser.
Ambiciono ser um outro alguém,
Cobiço o futuro e entrego-me à vontade de vencer.
Vencer mais que o mundo que me rodeia,
Vencer-me a mim mesma, libertando-me das correias.
Correias estas que me prendem e acorrentam a alma.
Deixo o mundo girar, girando com ele,
Ficando tonta, perdendo a calma.
A calma que tantas vezes me restringe,
Deixando de lado a comodidade,
E abraçando, com tranquilidade,
O decurso do rio que esta vida me impinge.
Perco-me e encontro-me novamente.
Deliro, perco a certeza neste minha estranha mente.
Devaneio e dou por mim num campo
Rodeado de lírios bravos, lírios brancos
Os lírios da beleza e pureza encontrada
Nesta minha busca de certezas, sentindo-me desesperada.
Sou alguém em delírio, quase alucinada.
Tenho a calma do vento e o vento é a fachada
Pois quando o mundo gira, eu giro com ele
E a calma desaparece, deixando-me desorientada.
Transfiguro-me e deixo-me perder
Corro, fujo.. e volto, como os lírios, em delirio, a nascer.

quinta-feira, novembro 26

[mag]ia na [v]ida


Hoje encontrei vida.
Encontrei um olhar profundo, um olhar marcante
Encontrei um sorriso, a serenidade,
e os sonhos de um viajante.


Diz-me então por onde viajas.
É fantasia?
Viajaras tu por entre a magia?
Ou viajas por sonhos de criança,
onde tudo dura o suficiente para haver esperança?

A esperança nunca deixou de existir
No olhar da menina que sabia sorrir.
Esse olhar hoje sorriu novamente
E trouxe a maior verdade em mim existente.

Define-me então a menina que há em ti.
Essa tal menina que hoje sorri.
Será um sorriso que se tornará constante,
ou um sorriso de apenas um instante?

O olhar sorri constantemente,
mesmo que a alma o lamente.
E este que vesti hoje,
é o sorriso mais verdadeiro que possuo.
O mais real, o mais puro.

Assenta bem o sorriso a essa menina feita mulher.
E o meu desejo é que ela sorria quando quiser.
Mesmo o meu ombro servindo para apoiar,

Quando a menina quiser chorar.


E esse ombro é do ser mais especial que tenho na vida.

É um Amigo. E esta é uma palavra sentida.

Um anjo feito homem, um homem feito poeta.

Que me deu Vida e me ensinou que a amizade pode ser perfeita!






do meu Porto de Abrigo.

quarta-feira, novembro 18

[na]s[c]er!



[09-09-09]














É sufocante o desespero de quem espera. Ver o tempo a aproximar-se mas ter a sensação que tudo parou e tudo anda ao contrário. Ver os relógios com horas sempre iguais e o sol sempre no morrer, nunca no [na]s[c]er.
É o desespero de quem se senta num banco de jardim à espera de uma esmola. Ou de um músico que [se de]para com trinta [com]passos de espera. Ou de quem anseia pelo [re]encontro. Ou de um estudante antes do seu exame final. Ou...

É o desespero. É desesperante.

Querer mudar o tempo. Acelerar, abrandar, mudar de mudanças. Fazê-lo correr, fintar os segundos e marcar horas.
Mas o relógio ficou sem pilhas. Esquecido na parede, onde ninguém lhe deu à corda. E ele já não bate as horas.
O relógio parou. O tempo parou. O mundo parou. A vida parou.

Só eu continuo aqui, à espera que o tempo mude, acelere e faça um sprint até ao final. Ganhe. E eu ganhe com ele.






Alguém tem, por favor, um
relógio e me diga as horas?

segunda-feira, novembro 16

[Vícios]

A nicotina invade-me... o corpo, a mente, a alma... É vício que me destrói e quase me mata.
[Vício... que sabes tu de vícios?]
A nicotina liberta-me... faz-me ser quem eu não sou, quem na verdade gostava e quero ser. Acalma-me... deixa-me respirar quando a vida sufoca. Dá-me força e coragem quando estas me faltam (todos os dias?). Alimenta-me quando a fome me vence. Faz-me dizer sim quando o mundo me diz não.
[Vícios... que sabes tu de vícios?]
A minha nicotina eras tu... E agora que tu foste... transformei o meu vício. Será o meu vício a tua simples ausência?

[Vícios... que sabes tu de vícios?]

domingo, novembro 1

m[d]edos mudos ,


Há alturas em que a vida vira do avesso. Em que perdemos o rumo, nos desencontramos e tudo muda. Ou pensamos que muda.
Encontramos novas pessoas, novos desafios pelo caminho... e por momentos parece que esquecemos o passado e tudo o que ficou para trás. Então eis que ele volta, como onda que nos arrasta pelo mar dentro... Eis que entendemos que não somos capazes, que nunca vamos ser... de deixar ficar o ontem na gaveta. Porque, por vezes, essa gaveta tem vida própria e grita... e abre-se sozinha... deixando-nos sem fôlego. Indefesos. Expectantes. Cheios de esperança que venha o presente, o futuro... e que tenham a força que nos falta... a coragem que não tivemos de dizer chega e, com um só gesto, fechar a gaveta... mais uma vez... de vez?


[16-10-09]

quinta-feira, outubro 22

Hoje...


Sinto a tua falta. Hoje lembrei-me tanto de ti... É inevitável não sentir saudade... Queria que o tempo voltasse atrás. Passamos por tanto! Quando estavas comigo tudo se tornava tão mais fácil.. tão mais suportável. Continuo sem perceber o que aconteceu.. continuo sem entender porquê. Porquê?
Só queria que estivesses aqui. Tantos planos... tantas histórias... tantos momentos... tanto de nós!
Hoje chorei.
Por medo, por raiva, por saudade, por nós.
Quis trabalhar e só pensava em escrever. Em escrever-te.
Como pudeste deixar tanto de ti em mim? Como pudeste partir sem olhar para trás, sem pensar, sem dizer adeus... sem me deixares dizerte adeus? Como pudeste ir sem me deixares, por única vez, dizer-te o quanto eras importante?
Sinto a tua falta.
Nunca te dei um abraço... mas tiveste sempre o meu sorriso e o meu olhar sincero. Tiveste, até, as minhas lágrimas.
O nosso tempo nunca foi perfeito. Nem sequer quando sabia estar a chegar ao fim. O orgulho foi sempre maior. E por isso choro. Revolto-me. Porque tu? Logo tu!
Serás tu o meu guardião de memórias? Aquele que mesmo longe consegue chegar a mim e acalmar-me as rugas que se vão formando na testa? Serás tu o protector que sempre quis ter?
Não. Não me lembrei de ti passado um ano. Não. Não te recordei como devia. Nem te amei como devia enquanto pude fazê-lo. Perdoa-me.
Hoje choro.
Recordo-me de tudo... de cada momento. De ti. De uma história que acabou quando apenas ia no início.
Fazes-me falta. Já te disse?
Hoje toda a gente me faz falta. Até tu.
É que hoje, no meio desta reviravolta que levei dentro de mim, perdi-me. E temo não mais me encontrar.

(17-10-09 05h45)

quarta-feira, outubro 14

"A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca e que, esquivando-nos do sofrimento, perdemos também a felicidade.
A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional."

Carlos Drummond de Andrade

segunda-feira, setembro 14

Esta coisa de gostar de alguém...



Esta coisa de gostar de alguém não é para todos e, por vezes – em mais casos do que se possa imaginar – existem pessoas que pura e simplesmente não conseguem gostar de ninguém. Esperem lá, não é que não queiram – querem! – mas quando gostam – e podem gostar muito – há sempre qualquer coisa que os impede. Ou porque
a estrada está cortada para obras de pavimentação. Ou porque sofremos de diabetes e não podemos abusar dos açucares. Ou porque sim e não falamos mais nisto. Há muita gente que não pode comer crustáceos, verdade? E porquê? Não faço ideia, mas o médico diz que não podemos porque nascemos assim e nós, resignados, ao aproximar-se o empregado de mesa com meio quilo de gambas que faz favor, vamos dizendo: “Nem pensar, leve isso daqui que me irrita a pele”.

Ora, por vezes, o simples facto de gostarmos de alguém pode provocar-nos uma alergia semelhante. E nós, sabendo-o, mandamos para trás quando estávamos mortinhos por ir em frente. Não vamos.. E muitas das vezes, sabendo deste nosso problema, escolhemos para nós aquilo que sabemos que, invariavelmente, iremos recusar. Daí existirem aquelas pessoas que insistem em afirmar que só se apaixonam pelas pessoas erradas. Mentira. Pensar dessa forma é que é errado, porque o certo é perceber que se nós escolhemos aquela pessoa foi porque já sabíamos que não íamos a lado nenhum e que – aqui entre nós – é até um alívio não dar em nada porque ia ser uma chatice e estava-se mesmo a ver que ia dar nisto. E deu. Do mesmo modo que no final de 10 anos de relacionamento, ou cinco, ou três, há o hábito generalizado de dizermos que aquela pessoa com quem nós nos casámos já não é a mesma pessoa, quando por mais que nos custe, é igualzinha. O que mudou – e o professor Júlio Machado Vaz que se cuide – foram as expectativas que nós criamos em relação a ela. Impressionados?

Pois bem, se me permitem, vou arregaçar as mangas. O que é díficil – dizem – é saber quando gostam de nós. E, quando afirmam isto, bebo logo dois dry martinis para a tosse. Saber quando gostam de nós? Mas com mil raios, isso é o mais fácil porque quando se gosta de alguém não há desculpas nem “ ai que amanhã não dá porque tenho muito trabalho”, nem “ ai que hoje era bom mas tenho outra coisa combinada” nem “ ai que não vi a tua chamada não atendida”.

Quando se gosta de alguém – mas a sério, que é disto que falamos – não há nada mais importante do que essa outra pessoa. E sendo assim, não há sms que não se receba porque possivelmente não vimos, porque se calhar estava a passar num sítio sem rede, porque a minha amiga não me deu o recado, porque não percebi que querias estar comigo, porque recebi as flores mas pensava não serem para mim, porque não estava em casa quando tocaste.


Quando se gosta de alguém temos sempre rede, nunca falha a bateria, nunca nada nos impede de nos vermos e nem de nos encontrarmos no meio de uma multidão de gente. Quando se gosta de alguém não respondemos a uma mensagem só no final do dia, não temos acidentes de carro, nem nunca os nossos pais se sentiram mal a ponto de nos impossibilitarem o nosso encontro. Quando se gosta de alguém, ouvimos sempre o telefone, a campaínha da porta, lemos sempre a mensagem que nos deixaram no vidro embaciado do carro desse Inverno rigoroso. Quando se gosta de alguém – e estou a escrever para os que gostam - vamos para o local do acidente com a carta amigável, vamos ter com ela ao corredor do hospital ver como estão os pais, chamamos os bombeiros para abrirem a porta, mas nada, nada nos impede de estar juntos, porque nada nem ninguém é mais importante, do que nós.

(Fernando Alvim)

quinta-feira, agosto 13

Confidências


[Nunca te esqueças do que me ensinaste: a
s palavras pequenas são, quase sempre, as mais importantes!]



Sabes uma coisa?
É por 'era uma vez' que começa o pequeno caderno que te dei.. com um pedacinho da nossa história.
Hoje lembrei-me tanto de ti.. Queria ter-te aqui. Foi sempre contigo que partilhei os meus momentos menos bons, durante 3 anos inteirinhos (Sim, porque no 1º ano não conta!) e hoje, que me sinto feliz, era contigo que gostava de partilhar também. Foste das primeiras pessoas de quem me lembrei.. e foi do teu abraço que senti falta.
São as coisas mais raras que temos na vida que se tornam mais importantes.. e o teu abraço é uma delas. Não era raro no sentido de o ter poucas vezes, mas sim porque aparecia sempre que uma de nós mais precisava. Não era banalizado, dado ao acaso ou por mero capricho. Era necessário. E isso tornou-o único. Especial. Tal como tu.
Podíamos não falar todos os dias. Não estarmos juntas todos os dias. Não desabafar sempre. Mas sabíamos que sempre, sempre! que uma de nós precisasse, a outra ia la estar. Sei que não éramos as melhores, mas também não era isso que importava. O importante é que eras um pedacinho de mim. Um dos melhores pedacinhos que trazia comigo. Uma das melhores pessoas que conheci. Uma das pessoas que mais cresceu e mais me fez crescer.



Só sei que, hoje, as saudades são tantas que me fazem querer sair a correr só para ir ter contigo e saber que ainda continuas aí.




És essencial, pequenina *

quinta-feira, junho 25

Quantas vezes...


- "Adivinhas quando preciso de ti. Tens magia..."



E será que sempre que eu procuro é pelos outros? Será que sempre que eu percorro a estrada com a placa 'Amizade' é realmente pelos outros?


- "Talvez também eu precise. Mas eu não quero falar de mim..."


Quantas vezes não caminhei já por ali procurando apenas abrigo? Quantas vezes não desejei Boa Noite, querendo realmente dizer "Preciso de ti"?
Quantas vezes, ao procurar saber dos outros, não era eu quem precisava de ser procurada? Quem chorava (soluçava até), t[r]emia, quase desesperava... querendo apenas sentir que ainda estava aí alguém. Do outro lado da estrada.
Quantas vezes não fui eu essa menina pequena que espera apenas que esse alguém pudesse acalmar de novo o seu comboio de corda que é o coração, torna-lo mais leve, recompondo-o. Ou simplesmente dissesse "Estou aqui". (...)




... quando o furacão volta e se [re]perdem as palavras...

terça-feira, junho 23

Conheço o abecedário, sei construir palavras, frases, e também já soube construir textos... Mas talvez por comodismo e convencionalismo deixei de o fazer e fui.lhe perdendo o jeito e mais importante, a vontade. Escrevia acima de tudo, de sonhos, vontades e desejos, mas hoje quero apenas agradecer a Deus por não ir naquele carro, como tantas vezes andei, aquelas velocidades parvas que tanto me excitavam, mas que agora fazem pensar duas vezes... Agradecer por não estar naquela cama de hospital e acima de tudo, pedir a Deus que o Márcio fique bem, que tudo não passe de uns meses de recuperação, e que rápido possa voltar a conduzir o seu "popota carro honda" com a sua alegria característica.
Queria dizer que todos os dias vemos notícias de acidentes, desastres e por ai fora, mas as coisas não acontecem só aos outros.
Devemos agradecer todos os dias, por termos a nossa roupa para vestir, o pequeno almoço na mesa, e alguém para abraçar e dizer que amamos.
A vida são dois dias e não devemos perder nenhuma oportunidade para dizer às pessoas que gostamos delas! E ao pensar que as coisas nos correram mal, podemos também pensar que podia ter sido bem pior do que foi...

"Tanta coisa" por quase perder um amigo, um primo... e que todos possamos pensar nestas coisas, cinco minutos que seja...

»Todos os dias, são 'o dia'»

domingo, junho 21

' menina pequena ,




É estranho estar aqui, num sítio que é tão teu. Ir aos mesmos sítios que antes e dar conta que os rostos mudaram tanto quanto tu. Não me sinto a ser eu.
Fui ao teu sítio. Fui lá, sabes? E estar ali...
Caminhei, hesitei.. mas quando chegou a hora, fui. E encontrei-me no mesmo sítio onde sei que tantas vezes te encontraste. Deixei-me ficar.
Podias ser tu a estar ali... podia ser eu apenas observadora, não me importava. Pelos menos, se assim fosse, saber-te-ia comigo. Não, comigo não. Na minha companhia. Afinal, são coisas distintas, lembras-te?
Queria que estivesses aqui para te poder contar tantas histórias quantas tu me contaste a mim. Surpreender-te. Rir-me à gargalhada mesmo antes de a história acabar. Nunca conseguiste entender isso, eu sei. Tal como nunca foste indiferente ao facto de eu atirar ligeiramente a cabeça para trás quando rio... ou inclina-la um pouco para a direita enquanto te olhava. Mas é bom, sabes? É bom quando temos ainda tanto para recordar... e quando sabemos que as recordações são as melhores que podíamos ter. Só que, às vezes, recordar só não chega... não satisfaz... não completa.
E eu queria apenas uma história. Uma dessas tantas aventuras que gostavas de contar (inventar?).
"Pareces uma menina pequena" dizias tu. E talvez fosse. Talvez eu seja realmente assim. Talvez tu tenhas tido sempre razão. Ou talvez não.
Não interessa.
Gosto de ti... e isso é o único que realmente importa.


[10. Junho ' 09]

domingo, junho 7

Último dia .







Pensei em escrever-te algo bonito... mas depois pensei 'para quê? amanhã não vai ser o nosso último dia!'


Então guardei o envelope, o papel e a caneta.

E um dia, quando for realmente o nosso último dia, eu prometo que te escrevo...

Desafio I


Regras:


1. Linkar o blog que te passou o selo e publicar o mesmo;
2. Dizer o nome de cinco pessoas muito especiais;
3. Pedir um grande desejo;
4. Passar este selo e desafio a dez blogs que sejam "um amor" e avisá-los.



1- o blog que me passou o selo foi
"Desafios"

2- Escolher apenas cinco é quase uma 'missão impossível'. Por isso, prefiro não referir nomes. Quem me é especial, sabe-o.

3- Um desejo? Tantos!

4- Os dez blog's que escolho são :

Só indecisões
Eu, nós e eles(as)
Somewhere over the rainbow
Pedacinhos de coração
Letras no caminho
Partilhas em Fa menor
Eu i meu mundo
Mundo desconhecido
DPC'

É realmente difícil arranjar 10 blog's , por isso, deixo apenas aqueles que visito regularmente.


segunda-feira, junho 1

Brinquedos Partidos


Se
há uns tempos atrás me perguntassem a fórmula mágica para sorrir perante as contrariedades, eu diria que era a fé. Que bastava acreditar, acreditar mesmo com muita força e puf! Tudo se resolvia. Diria que bastava sorrir e tudo se tornava mais fácil.

Eu era capaz de dizer isto a todos aqueles que se cruzassem no meu caminho...

... mas isso foi apenas até te conhecer.


Porque tu vieste e mudaste todas as perguntas. Depois foste e escondeste todas as respostas.

Viraste o mundo do avesso.


Pareceu-te um jogo divertido esta desordem que criaste? Parece que foi um daqueles jogos que nos viciam e não conseguimos parar de jogar. Só que, no final, não foste capaz de ficar e ajudar a arrumar o caos. Não foste capaz de ajudar a limpar os cacos dos brinquedos que partiste.
Simplesmente foste embora.

Foste e deixaste-me com a pá e a vassoura na mão, sem uma palavra... apenas com um bilhete a dizer "Limpa!"
Só que esqueceste-te de me ensinar a fazê-lo.

Tu apenas me ensinaste a criar o caos...

Como queres que agora eu [te] saiba limpar?

quarta-feira, maio 27

Falatório


Dizem-me para eu não [escre]ver. Para não [escre]ver se for só por obrigação.

Dizem-me para não sentir em demasia. Para ser mais objectiva.
Dizem que em mim há muito coração. Mas que pouco dele é meu.

Se me vêem a chorar é porque sou demasiado frágil.
Se aguento tudo com um sorriso, sou fria.
Se digo o que penso sou respondona.
Se fico em silêncio é porque não me interesso e sou mal-educada.


Não quero ouvir mais! (mas eles continuam a falar. Falam sempre.)

Pego num cigarro (mas eu não fumo!) e acendo-o. Mas não lhe toco. Dou por mim a ver a cinza a cair... a escrever a história da minha vida. De qualquer outra vida.
Esse cigarro invent[d]ado que me mata aos poucos.




Só não [me] mata esse vício de ti! (Dizem...)

segunda-feira, maio 18

[vont]ades ,





"As vontades não se pegam. Ou então não são vontades sinceras."




Então porque é que de cada vez que te olho nos olhos me dá vontade de te[r] [am]ar?
"As vontades não se pegam..." ressoa na minha cabeça...
Então porque 'raio' é que de cada vez que estou contigo experimento sempre mil e uma vontades... mil e uma sensações... todas tão diferentes... e tão iguais. Tão únicas... tão tuas...
Porque são tuas, entendes? As vontades...
Pertencem-te. Não a mim.
Porque eu também não me pertenço. Não sei se há um eu sequer.

- Há?

Porque é como se tudo o que eu sou fosse agora teu.
... como se tudo o que te dei tivesse sido simplesmente deitado ao lixo.

- É isso. É assim que tu me vês, não é? Como lixo...
~ Não.
- ...
~ Tu és aquilo que de melhor eu tenho.

(Silêncio)

~ Não dizes nada?

(Suspiro)

~ Ainda não entendeste, miúda?
- Não me chames isso!
~ Desculpa...

Apetecia-me virar-te as costas, entendes?
Ser capaz de te deixar ficar para trás, de dizer adeus e escrever um ponto final. Mas como se [escre]ve isso numa história que sempre [te]ve somente vírgulas?

~ Tu és a minha vontade...

(Sorriso)

Mas será que tu sabes sempre o que eu preciso de ouvir?

quarta-feira, maio 13

[d]ias [de chuva]


.


Apetece-me chorar. Quero chorar.



... mas não consigo. Não sou capaz. [Não] mais...


É que esta tua ausência fere-me e todos os dias são dias de chuva.
A distância diz-me que já não há nada que possa chamar 'nosso'.
Não há u[m] 'eu' sequer.
E todos os dias são dias de chuva...


Apetece-me escrever. Quero [escre]ver.



... mas [não con]sigo. [Não] sou capaz.


É que tu roubaste-me as palavras. Levaste-as na mala.

Nessa bagagem que não levaste.

Deixaste-a ficar no comboio quando decidiste que não era [aqu]ela a direcção que [quer]ias seguir.

Simplesmente mudaste.

De [des]tino. De ti?
E agora todos os dias são dias de chuva...

Apetece-me gritar. Quero [grit]ar.



... mas não con[t]*[s]igo.


É que a minha voz afinal era a tua.

O meu rosto era o teu.

Tudo em mim eras tu.

Mas tu foste.. E eu fiquei sem nada.

Sendo nada.

E nem um sorriso me deixaste.

Apenas me disseste que todos os dias seriam dias de chuva...


Apetece-me fugir. Quero [fug]ir.



...







... posso?

quinta-feira, março 26

[O] velho ,




Quando o velho do banco do jardim se levantou, o seu caminhar era lento. Cada passo era contado e medido... sentido profundamente..



Era como se o chão fosse feito de pequenas agulhas que o fazem perder a pouca vontade que ainda tem de caminhar.
Cada passo parecia uma oração... um pedido para fazer só mais uma caminhada... aquela caminhada... Uma luta para chegar ao destino... (a uma casa vazia?)
Aquele velho, já travou muitas lutas e já lutou por muitos... e agora? está pra'li esquecido...
Quem procurará por ele?
Quem o encontrará?
Quem conseguirá olhar no fundo dos seus olhos e encontrar a solidão, o desespero? Quem compreenderá quando ele quiser (e tentar!) deixar de existir? Quem entenderá quando, em desespero, pedir desculpas pelos erros, falhas e esquecimentos já constantes? Quem sorrirá quando ele, com lágrimas nos olhos, agradecer simplesmente a presença?
Quem?
Quem será capaz?

E, depois de tudo, quem o amará?

quinta-feira, março 12

A chuva dos dias .

- “O que tens? O que se passa?”
- “Nada”
- “Então porque estás assim?”


Sinto o mundo a ruir, sabes? É como se, à tua frente, apenas visses um buraco, cada vez mais próximo... cada vez mais fundo.
Será que não entendes?
Dizem que a chuva que mais incomoda é a que acontece dentro de nós. Aquela que inunda o nosso ser e fustiga as nossas janelas... A chuva que apodrece e faz ruir as nossas muralhas...
E depois disto, o que resta?
Depois da chuva, virá sempre o sol? Depois de tudo, todos voltam? Ou ficarão sempre escondidos nas tocas onde se refugiaram para nada ter de dizer... para nada ter de fazer? Depois de todas as pedras juntas, quem sobe a escada? Depois da batalha ganha, quem receberá as flores e as palmas?
Revolto-me.
Revolto-me mas nada posso fazer. Revolto-me mas não posso gritar. Revolto-me mas não posso fugir...
E questiono-me. Mas de que adianta questionar? Procurar sentido para o mundo e as batalhas que nos atormentam...?
Nada.
Porque o tudo é nada e o nada é tudo.
E eu sou nada.
Hoje sou nada.
E neste nada que sou, sei que tenho tudo dentro de mim.


[09-03-09]

quarta-feira, março 4

[Colo]rir [d]os dias.

Os dias são como uma página em branco em que ninguém escreve. Uns porque não sabem, outros porque a vida os ensinou a ter medo das palavras e outros ainda porque simplesmente não querem.

Por vezes, (há) um menino (que) encontra um lápis no chão e escreve um passeio no jardim, um abraço, um dia de sol e calor. E isto torna-se o esboço de um desenho onde depois, com um marcador tirado do ar, irá colorir sorrisos. Depois, irá lembrar-se que já é tarde e que terá que ir para casa... E vai.

Por vezes, (há) um adulto (que) pega na caneta que traz sempre no bolso e começa a escurecer o céu e faz surgir as tempestades... estraga os jardins e rouba os abraços, deixando lá ficar a (sua) insegurança... substituindo os sorrisos por lágrimas...

Por vezes, (há) um velho sentado num banco de jardim (que) encontra uma borracha no seu coração e apaga tudo. Encontra o carinho e a ternura que vagueiam, perdidas, em cada olhar que dirige aos outros e, com isso, planta fores no jardim. Desperta a compreensão naqueles que o olham e torna o céu no mais belo dos quadros. Porém, esta compreensão apenas é possível porque quem o olha pensa que está sozinho e traz consigo a solidão... mas, na realidade, iludem-se! O velho possuía um grande coração e isso tornou-o na pessoa mais feliz que alguém conhecera... somente porque trazia em si todos os sonhos do mundo.

E por isso, apenas por isso, fora capaz de pintar o mundo com as mãos de uma criança.

quarta-feira, fevereiro 18

[desas]sossegos '


Apetece-me gritar ao mundo esta dor que trago no ser.. que queima como se ácido fosse. Arrancar a pele já estragada por tantas lágrimas. E esconder tudo isso de ti.
É que a cada dia uma ruga nova surge nesse teu rosto que tantos traços tem de eterno.

Quantos sonhos há em ti?

Aperto-te a mão para que adormeças... e, enquanto dormes, penso “quantas histórias há em ti?”. E tu deixas-te ficar, na segurança do aconchego que te ofereço.
Tens o sono agitado e acordas em sobressalto.
É sempre assim.
Levantas a mão no escuro e traças um desenho invisível no ar... passas a mão nas coisas que te rodeiam... como se pudesses assim limpar o mundo.
Olho-te. Puxas as mantas e escondes a cara.

- Não tenhas medo – sussurro – Eu estou contigo, já passou.

Olhas-me. Os teus olhos enchem-se de lágrimas. Olhas-me novamente, confuso. Já não me reconheces... e olhas-me como se nunca me tivesses conhecido. Sorrio-te e tu desvias o olhar. Escondes-te novamente. Já nem sequer me deixas afastar as mantas. Estas frágil, mas tens uma força desmedida quando se trata do que sentes.
Voltou tudo ao início...
- Vamos dormir?
Sinto que acalmas e balbucias um 'sim', quase incompreensível. Mas não largas as mantas...
Anda, vamos dormir. Foi só um sonho mau...
Já passou. Tudo vai passar...


Coragem .

quarta-feira, fevereiro 4

[nada m]ais.


" (...) Se calhar sou uma dessas que, de coração endurecido, nega. E nego. Porém, tenho uma vontade louca de acreditar. Mas já não há nada mais para acreditar.


E nesta encruzilhada em que me encontro agora, sem saber qual é a direita ou a esquerda, não encontro o caminho. Perdi-me. Não no passado que já libertei, mas no presente que me prende e sufoca.
Nesta estrada de tantos buracos pela qual caminho, não tenho céu.
E tudo aquilo que sempre defendi e em que sempre acreditei (porque me ensinaram a acreditar) desfez-se em fumo.. em espuma.. em pequenas bolinhas de esferovite que não consegues agarrar.. em vento. "

segunda-feira, janeiro 19

Segurança '



- Hoje queria o teu abraço...

- Porque meu doce?
- Apetece-me.



Queria a segurança que sempre sinto, quis dizer-lhe. Mas não disse, nunca digo. Aqui, comigo, cá dentro, está tudo bem. Está sempre. Tem de estar.

- Um xi imaginário.

E ela, como se adivinha-se tudo o que não digo, tenta. Tenta encontrar o meu sorriso que à muito se perdeu... mas ela não desiste de o procurar. Tenta dar-me a segurança que tão bem sabe transmitir... que sempre encontro nos seus braços, no seu aconchego.

- Prometes que é para sempre?
- Não.

Sustenho a respiração.

- É para mais do que para sempre.

Sorrio.

- Gosto muito de ti.
- E eu gosto mais ainda.

Sorrio novamente.
É nestes momentos que tenho a certeza que nunca, nunca a poderei perder!


... pimpolha *