domingo, novembro 21

Vont[ades] de ir.

Num dia em que devia estar somente concentrada no trabalho, é tudo o que menos faço. O tempo urge e o trabalho parece que aumenta a cada segundo. Porém, é como se fosse outra pessoa que estivesse preocupada com o trabalho e não eu. Eu estou sentada, música ligada e pensamento ausente.

- Queria poder ir para casa.
- Mas não estás em casa?
- Estou em casa. Mas não estou no meu lar...

São coisas diferentes? Para mim são.
Houve tempos [e talvez ainda hoje isso seja uma realidade] em que quis sair de casa. Quis ausentar-me da segurança que sempre tive ali. Precisava de mim.
Contudo, hoje só preciso de voltar.
E talvez seja isso que me torna em quem sou: esta continua vontade de voltar. Eu quererei sempre voltar!
Sinto-me cansada. Tenho a alma ferida, das lutas já travadas. E sinto que o mundo é pequeno de mais para tanta batalha.
Quero aninhar-me. Sentar-me no chão. Deixar-me ir.
Quero uma caminhada que me deixe extenuada, mas de espírito leve, de alma vazia.
Tenho saudades do olhar risonho. Quero [re]aprender a dar abraços – aqueles que dizem só eu saber dar.

- Queria poder ir [já] para casa...



... e só voltar daqui a muito, muito tempo!